
É realmente difícil encontrar palavras para definir ou traduzir o seu sentimento por viver o assédio moral. Digo isto com a autoridade de quem já esteve neste lugar e mais de uma vez. Não tenho por que negar ou esconder e não creio que isto possa desmerecer a mim ou a você que passa ou passou por esta dor dilacerante.
Felizmente, tenho uma boa notícia, que também trago com orgulho desta experiência terrível, que é a de sair pelas minhas próprias forças, com a ajuda de profissionais gabaritados, certamente, mas com o esforço pessoal para tomar decisões e atuar nos espaços em que mais ninguém poderia estar em meu lugar.
Por isto, sei que é possível resolver este problema na vida. Não acredito que alguém tenha que se humilhar continuadamente, mergulhando cada vez mais profundamente rumo ao seu fundo de poço, exceto se escolher que assim o fará por uma estratégia de exceção muito bem calculada. Ou seja, até esta hipótese seria uma escolha consciente, o que já tiraria da situação o potencial de lesão que a vítima do assédio moral genuinamente vive; um sentimento de impotência arrasador diante da situação humilhante. Esta não é a vítima do ponto de vista jurídico e sim psicológico.
E como fazer para sair deste pesadelo? Posicionando-se de uma maneira bem diferente desta em todo o cenário. Se você não consegue sem ajuda, que o faça auxiliado, especialmente para que reencontre e mantenha firme a sua Autoconfiança, seu pilar de sustentação que não pode faltar diante de desafio tão ousado que enfrenta. Paradoxalmente, o tamanho desta batalha parece exigir de você que esteja em forma para escalar uma montanha quando justamente parece estar quase sem forças para se levantar da cama pela manhã.
Por tudo o que já vivi e presenciei na vida, eu acredito no ser humano e acredito na magnífica inteligência da natureza ou de quem a fez, que não dá realmente desafios maiores do que podemos enfrentar. E se você é apresentado a este, nesta fase da vida, pra mim significa que você é muito mais forte do que pensa e que é o momento de descobrir ou despertar seu guerreiro pacífico.
Enfim, é simples assim, se eu pude enfrentar e me libertar daquilo, você também pode. Então, é por isto que eu, mesmo não o conhecendo pessoalmente, o vejo como detentor de uma força absurda! Esta é a sua luta a vencer.
O primeiro passo é decidir resolver esta situação, sair disto, o que não quer dizer que será às pressas.
O segundo passo, se necessário, é pedir ajuda profissional.
O terceiro, pelo que sei, é que logo no início, provavelmente, o duelo a travar se mostrará como sendo com você próprio, não com o assediador que está lá fora. Aí começa a real superação do assédio moral. A partir daí e decidindo realmente que você permanecerá como um amigo ao seu lado, cultivando o mérito do vencedor, é necessário fazer um plano resolutivo, ou melhor, matador! Isto não quer dizer ser agressivo, com quem quer que seja; quer dizer que você estará energizado e determinado. Sim, porque seu objetivo será de sair desta dor definitivamente. Não necessariamente sair do emprego ou da situação que gera o assédio, mas sair do lugar de vítima impotente, o que pode transformar absolutamente tudo daí pra frente.
Se você estiver disposto a isto e precisar de apoio profissional, estarei por aqui.
Obs. Se você desejar copiar este artigo para posterior inclusão em qualquer mídia, pede-se que o mantenha na íntegra e adicione os créditos ao final, ou seja, Dra. Elizabeth Zamerul, médica psiquiatra (CRM-SP: 53.851), psicoterapeuta, especialista em Dependência Química e expert em Dependência Emocional.